Enquanto as reuniões internacionais sobre assuntos ambientais têm pouco resultado prático no que diz respeito a reverter os impactos causados pela pecuária em nosso planeta, já que focam principalmente nas emissões de gás carbônico de outras atividades, algumas autoridades e políticos de vez em quando demonstram uma consciência acima da média.
Em dezembro do ano passado, 24 membros do Parlamento Europeu enviaram uma carta à Comissão Europeia — órgão responsável por elaborar propostas de lei da União Europeia —, na qual sugerem uma meta de 30% de redução no consumo de produtos de origem animal nos países da União Europeia e levantam os motivos pra isso.
Na Carta, os parlamentares apontaram os problemas ambientais, de saúde pública e de bem-estar animal envolvidos nos hábitos de consumo atuais, que exigem cada vez mais do planeta, enquanto contribuem para uma piora significativa na saúde das pessoas, e um aumento na crueldade imposta aos animais não humanos.
Os parlamentares citaram estudos que apontam a pecuária como uma das maiores responsáveis pelos mais graves problemas ambientais, sobre os quais já escrevemos no artigo "Pecuária x Meio ambiente" (veja aqui), além daqueles que chegaram à conclusão de que produtos de origem animal são nocivos à saúde humana, e, inclusive, promotores de graves doenças como o câncer, como apontou um aclamado estudo sobre o qual noticiamos (relembre aqui).
Para atingir a meta de 30% sugerida, a Carta propõe várias medidas, entre elas a redução de subsídios para produtores de "alimentos" de origem animal, revendo os impostos sobre tais produtos, incentivo à dieta vegana — incluindo disponibilização de merendas veganas nas escolas —, e até a discussão sobre a proibição de propagandas de carnes processadas na mídia.
Leia o documento completo em inglês (acesse aqui).