O colunista George Monbiot, do jornal The Guardian, escreveu, recentemente, a respeito de um assunto fundamental para o futuro do nosso planeta: o fim da pecuária.
No artigo intitulado "Adeus – e já vai tarde – pecuária", George tocou em pontos críticos que nos lembram porque a pecuária é uma das atividades mais nocivas para nossa civilização. A questão da crueldade animal e os enormes danos ambientais foram enfatizados.
"O que as futuras gerações, ao olharem pra trás, verão como nossas monstruosidades?", indagou o Colunista, lembrando, logo a seguir, de algumas formas conhecidas, como a escravidão, guerras, e subjugação das mulheres. "Há muitas para escolher. Mas uma delas, eu acredito, será o encarceramento em massa de animais, para comermos suas carnes e ovos, ou beber seus leites. Enquanto nos dizemos amantes de animais, e somos gentis com nossos cães e gatos, infligimos privações brutais em bilhões de animais que são tão capazes de sofrer quanto eles.", concluiu.
George afirma que a mudança virá com o advento das carnes artificiais desenvolvidas em laboratórios. Acreditamos, porém, que as alternativas às carnes produzidas à base de vegetais, já sendo uma realidade no Mercado, serão mais importantes rumo a esta mudança, até mesmo pelo fato de muitas pessoas se questionarem sobre a ética e saudabilidade das chamadas "carnes de laboratório".
O Artigo também lembrou que muitas pessoas acreditam (ilusoriamente) na pecuária extensiva como uma solução para o problema da crueldade animal e devastação ambiental. "Mas isso é apenas trocar um desastre – crueldade em massa – por outro: destruição em massa. Quase todas as formas de pecuária causam danos ambientais, mas nenhuma causa mais do que mantê-los ao ar livre.", explicou o Colunista.
De fato, a pecuária extensiva exige ainda mais terras, devido às pastagens, e esta é uma realidade muito conhecida no Brasil, que perdeu enormes áreas de floresta para dar lugar à pecuária extensiva, além daquelas usadas para plantar grãos destinados à ração animal.
George lembrou, ainda, da tremenda ineficiência da pecuária com relação à produção de alimentos, já que produtos animais são uma parte pequena das dietas onívoras, comparando com a quantidade de vegetais que as pessoas ingerem. Ou seja, para obter produtos que representam apenas uma pequena (e descartável) parte da dieta, as pessoas financiam a crueldade animal e destruição do próprio meio ambiente onde vivem.
O que as pessoas precisam entender é bem simples: os animais não humanos devem ter o direito de viver em liberdade, para seus próprios fins, e pelos seus próprios meios. Sequer precisamos de produtos oriundos deles, e, na verdade, vivemos bem melhor sem. Deste modo, deixamos também de financiar a destruição de nosso próprio planeta, causada, em grande parte, pela pecuária.
Mais sobre pecuária x meio ambiente você pode ler em um artigo que escrevemos a respeito (acesse aqui).
Leia o artigo completo do The Guardian (em inglês): Goodbye – and good riddance – to livestock farming