4 de Outubro: uma data para se lembrar todos os dias

Eles estão conosco desde o nosso nascimento. Em nossos quartos e berços, nas roupas que usamos, e até estampados nas fraldas de pano e descartáveis. Estávamos conectados; pareciam todos nossos amigos.

Infelizmente, pra maioria de nós, foi cedo que passaram a nos confundir, e eles começaram a assumir formas estranhas, sem vida, sob a justificativa de nos alimentar. Muitos de nós começamos com estes hábitos tomando os leites que deveriam ser dos bezerros. Um pouco mais tarde, eles estavam em nossos pratos, em pedaços que representavam nossa desconexão e confusão.

Ao mesmo tempo, continuaram conosco, em nossos brinquedos, nos desenhos animados, nos vídeo games, roupas, lancheiras e mochilas. Muitos de nós tivemos a grande oportunidade de conviver com eles (vivos) dentro de nossa própria casa, ou na de amigos e parentes. Enquanto isso, alguns foram vítimas de nossa crueldade, assim como certas crianças que chamávamos de amigas; afinal, um modo de vida confuso não pode ensinar o certo e o errado, pois a violência não é seletiva.

Muitos de nós compreendemos o erro, e começamos a mudar. Porém, isso não se deu antes de alguns deles terem sido nossas cobaias, em bancadas de escolas ou universidades, ou até mesmo em casa, quando praticamos alguma crueldade contra insetos e outros animais. Alguns entre nós fizeram coisas como “ecoturismo” no Pantanal, ao mesmo tempo em que comeram ansiosamente o aclamado hambúrguer de jacaré.

Foi difícil… muito difícil. Aprendemos que alguns deles eram companhia, enquanto outros eram alimento. Muitos sofreram em nossas mãos nas datas especiais, virando comida para celebrar a “paz” e o “amor”. Aprendemos, ainda, que algumas espécies existiam apenas para satisfazer certo propósito humano. Ahh, a espécie humana… a que se considera o “topo da cadeia alimentar”, mesmo sem viver nela; que destrói o próprio meio, sempre optando pelo modo mais prático de atingir seus objetivos, doa a quem doer, não importando que doa até nela própria.

Quando alguns de nós, no entanto, refizemos a conexão, e tentamos mostrar o problema aos demais, nos responderam com uma imagem bastante famosa: o desenho de um boi, onde cada uma de suas partes estavam identificadas e legendadas, informando sua serventia. A alguns poucos, conseguimos explicar que o problema era justamente o retratado na imagem: nossa enorme dependência da exploração animal, que nos mantém presos a tempos primitivos.

Hoje é 4 de Outubro, Dia Mundial dos Animais, uma data criada durante uma convenção de ecologistas, em homenagem à festa de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e do meio ambiente, que ocorre no mesmo dia. Contudo, se você perguntar hoje pra maioria dos ecologistas e religiosos o que vão fazer pra comemorar, há grandes chances de que a resposta seja “churrasco”; e não é de seitan e soja, afinal, "os grãos já foram usados para alimentar os animais que serão servidos".

Refaça a conexão! Considere o Veganismo!